Embora o hidrogênio líquido verde emita zero carbono, ele tem algumas limitações. Quando queimado em atmosfera aberta, ele libera uma pequena quantidade de óxido nitroso, que é um potente gás de efeito estufa. Entenda.
À medida que a crise climática aumenta, o mundo está apostando em energia livre de carbono para alcançar um futuro com zero emissões de gases de efeito estufa, ou um futuro líquido zero — no qual removemos tanto o gás de efeito estufa da atmosfera, quanto removemos a emissão do mesmo.
Uma forma potencial de energia limpa é o hidrogênio verde, derivado de fontes renováveis como a água, em vez de combustíveis fósseis, que pode ser usado para fornecer energia à indústria pesada e abastecer veículos de grande porte, como aviões e navios.
Instalações para produzir essa forma mais limpa de gás surgiram em todo o mundo — como nos Estados Unidos,Europa Ocidental, China, Austrália, Chile e África do Sul, entre outros países. O crescente mercado global de hidrogênio verde deve valer US$ 11 trilhões até 2050, segundo estimativas do Goldman Sachs.
Mas os críticos do hidrogênio verde dizem que usar energia solar ou eólica para produzir outro combustível agora é um desperdício de preciosas energias renováveis, enquanto o mundo luta para abandonar os combustíveis fósseis. Ao mesmo tempo, os planos para usar hidrogênio azul — que é produzido com combustíveis fósseis — estão sob crescente escrutínio.
Por que precisamos de hidrogênio verde?
Uma grande parte da mudança do combustível fóssil envolve a eletrificação de algumas das máquinas que usamos diariamente, que são movidas a óleo e gás — carros e transporte local, e aquecimento para residências em alguns países, por exemplo. Para os que já estão eletrificados, como computadores e eletrodomésticos, a eletricidade nuclear e as renováveis, como a eólica e a solar, estão substituindo o carvão.
Mas existem algumas indústrias que requerem tanta energia que as energias renováveis tradicionais não conseguem atender a sua demanda. Isso é um problema, porque essas indústrias estão entre os maiores emissores de gases de efeito estufa.
É por isso que os especialistas acreditam que o hidrogênio verde tem um potencial enorme.
“A eletricidade de fontes como eólica, solar e nuclear é essencial para descarbonizar nosso sistema de energia — mas ela não pode fazer isso sozinha, e o transporte de longa distância e as indústrias pesadas são o lar das emissões mais difíceis de reduzir”, disse Uwe Remme, um analista de energia da Agência Internacional de Energia.
“O hidrogênio é versátil o suficiente para preencher algumas dessas lacunas críticas — no fornecimento de matérias-primas vitais para as indústrias química e siderúrgica ou ingredientes cruciais para combustíveis de baixo carbono para aviões e navios”, disse Remme à CNN.
Operar um avião ou um grande navio, por exemplo, requer tanta energia que qualquer bateria usada para armazenar eletricidade solar ou eólica provavelmente seria muito grande e pesada para o navio. O hidrogênio verde, por outro lado, pode vir na forma líquida e é mais leve. De acordo com a Airbus, que está desenvolvendo uma aeronave comercial de emissão zero, a densidade de energia do hidrogênio verde é três vezes maior do que os combustíveis para aviação que usamos hoje.
Embora o hidrogênio líquido verde emita zero carbono, ele tem algumas limitações. Quando queimado em atmosfera aberta, ele libera uma pequena quantidade de óxido nitroso, que é um potente gás de efeito estufa. Se o hidrogênio for armazenado em uma célula de combustível, entretanto, ele emitirá apenas água e ar quente.
Alguns aviões pequenos conseguiram voar com células de combustível de hidrogênio, embora a tecnologia ainda não tenha sido ampliada comercialmente.
Veja a reportagem na íntegra: https://www.cnnbrasil.com.br/business/o-hidrogenio-verde-pode-ser-o-combustivel-do-futuro-mas-ainda-nao-deve-resolver-todos-os-problemas/
